quinta-feira, 12 de julho de 2012

Vestes Litúrgicas



A variedade das vestes ou paramentos litúrgicos serve para manifestara diversidade dos ministérios (indicações hierárquicas) exercidos na Liturgia . As vestes quer nos dar o sentido de revestir-se de Cristo, de sua autoridade, dos seu serviço. O cristão procura imitar o Cristo, seu divino modelo.

Vestes, paramentos ou hábitos vêm do termo latino habitus e designam as disposições morais da pessoa e a sua atitude exterior. A veste é sinal primeiro para quem a porta.

Quanto à forma das vestes litúrgicas ficam à determinação das Conferências Episcopais frente à Santa Sé de adaptar conforme necessidades e costumes regionais:

A CNBB aprovou (1971) a substituição do conjunto alva e casula por túnica ampla, de cor neutra, com estola do tempo ou festa litúrgica .
A beleza e a nobreza das vestes decorra do tecido e da forma; se houver ornatos, sejam figuras ou símbolos que indiquem o uso sagrado. As cores devem visar manifestar o caráter dos mistérios celebrados, conforme desenrolar do ano litúrgico.

A) VESTES COMUNS.

São aquelas que todos os ministros, de qualquer grau, usam:

ALVA:

a) Túnica branca, geralmente de linho, que simboliza a pureza de coração
com que o sacerdote deve se aproximar do altar.
b) Sentido espiritual: candura virginal , incorruptibilidade da doutrina, virtude da perfeição e imagem da boa fé.,
c) Presa a cintura pelo ângulo e antecedida pelo amito .
. SOBRE PELIZ: a) Alva reduzida, quando muito chega ao joelhos, com mangas folgadas e largas. b) Não pode substituir a alva quando se usar a casula ou dalmática .

ESTOLA:

a) Tem suas raízes no Sagrado (cobrir-se quando estiver em presença do totalmente Outro) .
b) É o Talit dos hebreus .
c) Bispos e sacerdotes levam-na em torno do pescoço, pendendo diante do peito; o diácono usa a tiracolo sobre o ombro esquerdo, prendendo ao lado direito.
d) Simboliza a imortalidade da alma e é sinal do serviço e poder sacerdotal.
e) Era carregada ao pescoço com mais de uma volta, associada ao grau da hierarquia Breco - romana. Só após o séc::. IX recebe o nome de estola (antes era orarium = boca ,para proteger da saliva e do suor as sagradas espécies.)

B) VESTES PRÓPRIAS 

CASULA:

a) Vestimenta usada sobre a alva e a estola seguindo a cor litúrgica do dia. Em algumas regiões substitui a alva.
b) É diminutivo de tenda, casa; simboliza a casa ou tenda de Deus.. teto de Jesus operando com o Espírito.
c) Simboliza o jugo suave da lei de Cristo e da caridade, jugo que o sacerdote deve levar e ensinar aos demais a levar.
d) Em si , ela já é um símbolo e não convém usar outro sinal; usando que seja alusivo ao Mistério Pascal .
e) Oração de investidura: "Recebei a veste sacerdotal, símbolo da caridade. Poderoso é Deus para aumentá-Ia em vossa alma e perfazer assim a sua obra. "

PLUVIAL:

a) Vem de Pluviale = capa de chuva. Deriva da capa clerical e monástica dos séculos VIII e IX.
b) Capa que chega até os pés, aberta na frente, com fecho junto ao pescoço.
c) Usada na benção eucarística , procissões, funerais, celebração do matrimônio. O bispo usa quando administra a confirmação.
d) Deve ser usado sobre a alva ou a sobrepeliz.
e) Não tem um caráter sacro próprio, distinguindo à pessoa e à solenidade.

DALMÁTICA: 

a) Túnica comprida com mangas curtas e largas, posta sobre a alva e a estola.
b) É a veste própria do diácono , podendo ser usada também pelo bispo ou abade, debaixo da casula , seguindo a cor litúrgica .
c) Veste oriunda da Dalmácia . No séc. II "era o vestido das classes nobres, sendo adotada para o uso litúrgico no séc. IV . Os nobres a usavam em cerimônias religiosas indicando a realeza como serviço da divindade na Terra.
d) Foi adotada pelos patriarcas de Constantinopla .

Obs: O pluvial e a casula são vestes próprias do sacerdote.

C) VESTE DOS ACÓLITOS (OPCIONAIS).

TÚNICA: Cor branca ou vermelha.

COTA: Vestimenta branca colocada sobre a túnica.

COLARINHO: Colocado no pescoço dentro da túnica.

FAIXA VERMELHA: Colocada sobre a cota. Usada em celebrações festivas. Quando
a cor litúrgica for preta ou roxa não usa.

Obs : O uniforme para vestir as indumentárias litúrgicas, deve ser: camisa social de manga comprida branca, calça social preta ou azul- marinho, sapato social preto.
D) OUTRAS VESTES LITÚRGICAS .

PÁLIO:

a) Vem de pallium , casaco retangular romano.
b) Tira circular, com dois pendentes sobre o dorso e sobre o peito, usada pelo Papa e , também pelos metropolitas.
c) Era tecida com lã branca de dois cordeiros ofertados ao Papa, anualmente, na festa de santa Inês.
d) Representa simbolicamente o próprio Cristo que carregou em seu ombro uma ovelha perdida sendo imitado pelo bispo em seu pastoreio .

VÉU UMERAL OU VÉU DE BENÇÃO: 

a) Pano com o qual cobre o ombro do sacerdote enquanto concede a benção eucarística ou translada o Ssmo. Sacramento.
b) Possui estreita relação com o ato de cobrir o Sagrado como se faz com a Torah na sinagoga.
c) Foi posto em uso a partir do século VIII.

AMITO:

a) Vem de amicire = revestir.
b) Retângulo de pano que se coloca antes da alva, e cobre o colo e a espádua, firmado por dois cordões.
c) Simboliza a proteção divina, se revestir de Cristo e de sua pureza.

CÍNGULO:

a) Cordão para ajustar a alva à cintura, derivado do cinto romano.
b) Simboliza as cordas e os açoites com que Jesus Cristo foi atado e flagelado .
c) Lembra o conselho de cingir os rins como presteza para o trabalho, estar em alerta e cingir o ministro com os poderes dos conselhos evangélicos.

BARRETE:

a) Chapéu preto com 3 pontas, significando que o sacerdote é graduado
nas ciências divinas.
b) Significa, também, a Ssma. Trindade.
c) Sua utilização vem desde a Idade Média e hoje seu uso é optativo J caindo já em desuso.

BATINA:
a) Diferenciada da túnica por ser um pouco mais comprida (até os tornozelos) .
b) Cor preta para o sacerdote, branca para monges dominicanos e cistercienses , parda para carmelitas e franciscanos , roxa para bispos e vermelha para cardeais.

VÉU:

Na linguagem litúrgica , ao mesmo tempo, o véu vela e revela realidades que só são compreendidas à luz da fé :
a) Véu do sacrário : Quase desapareceu. É sinal de respeito, que vela e revela o mistério da Eucaristia contido no sacrário .
b) Véu do cibório : Não prescrito em rubrica, mas expressão do calor humano diante do frio metal e de mistério.
c)Véu do cálice: Previsto pela rubrica, mas após Vaticano II insiste em não se usar

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