sexta-feira, 27 de julho de 2012

São Joaquim e Sant'Ana


Em hebraico, Ana exprime "graça" e Joaquim equivale a "Javé prepara ou fortalece". 

Alguns escritos apócrifos narram a respeito da vida destes que foram os primeiros educadores da Virgem Santíssima. Também os Santos Padres e a Tradição testemunham que São Joaquim e Sant'Ana correspondem aos pais de Nossa Senhora. 

Sant'Ana teria nascido em Belém. São Joaquim na Galileia. Ambos eram estéreis. Mas, apesar de enfrentarem esta dificuldade, viviam uma vida de fé e de temor a Deus.

O Senhor então os abençoou com o nascimento da Virgem Maria e, também segundo uma antiga tradição, São Joaquim e Sant'Ana já eram de idade avançada quando receberam esta graça.

A menina Maria foi levada mais tarde pelos pais Joaquim e Ana para o Templo, onde foi educada, ficando aí até ao tempo do noivado com São José. A data do nascimento e morte de ambos não possuímos, mas sabemos que vivem no coração da Igreja e nesta são cultuados desde o século VI.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Qual a diferença entre a Bíblia católica e a Bíblia evangélica?



Creio que muitas pessoas têm dúvidas relativas a possíveis diferenças entre a Bíblia Católica e a Bíblia Evangélica. Seriam essas diferenças que levam evangélicos a discordar dos católicos e vice-versa?
Como ex-católico, conheço as duas versões da Bíblia e creio que as duas diferenças existentes entre elas são: Número de livros e tradução.

Numero de livros.

Bíblia evangélica tem sete livros a menos em relação à Bíblia católica. Estes livros são: Tobias, Judite, I Macabeus, II Macabeus, Baruque, Sabedoria e Eclesiástico.
Estes livros foram considerados pelos judeus da palestina como não sendo inspirados pelo Espírito Santo e por isto os evangélicos os rejeitam como parte da Bíblia. Colabora ainda o fato destes livros não terem sido citados por nenhum autor do Novo Testamento.

Tradução

Primeiro, é preciso entender que a Bíblia foi originalmente escrita em hebraico e aramaico (antigo testamento) e grego (novo testamento). Posteriormente o AT foi traduzido para o grego. As Bíblias escritas em outros idiomas como inglês, espanhol, francês, alemão, português, etc, são versões do grego original. Desta forma, cada tradutor usou expressões diferentes em seu próprio idioma para representar aquilo que estava escrito em grego.
As diferentes versões da Bíblia, normalmente não alteram o sentido original, por isto, tanto a tradução católica como a evangélica tem o mesmo princípio. Evidentemente que alguns termos podem ter sido adaptados a uma comunidade em detrimento de outra.

Tradução da Bíblia para o português

Bíblia evangélica usada no Brasil foi traduzida para o português por João Ferreira de Almeida, um português católico que se converteu ao protestantismo em 1642 e logo em seguida iniciou o trabalho de tradução. A versão de Almeida foi a primeira em língua portuguesa.
Bíblia católica possui diversas traduções. Não sei precisar se há alguma versão preferida. Soube recentemente que a versão “Nova Tradução em Linguagem de Hoje” (versão evangélica) da Sociedade Bíblica do Brasil foi adotada por uma importante editora católica.

Conclusão

As diferenças entre a Bíblia católica e a Bíblia evangélica não torna uma verdadeira e outra falsa. Ela é única em sua essência e tem o mesmo propósito que é apresentar a salvação em Jesus Cristo.
Católicos e evangélicos submetem à mesma palavra. O critério de salvação para um evangélico é o mesmo para um católico. Se os evangélicos insistem que é necessário entregar a vida a Jesus e obedecer à palavra de Deus, a Bíblia católica não desmente isto, pelo contrário, ela confirma isto.
Portanto, a diferença entre evangélicos e católicos não é pelo que está na Bíblia e sim pelo que não está. Enquanto que os evangélicos têm sua fé fundamentada exclusivamente nas sagradas escrituras, os católicos baseiam-se também na tradição e nos dogmas da igreja, como: a  assunção de Maria, a infalibilidade do papa, o purgatório, o culto aos mortos, culto aos santos, entre outros. Estes ensinamentos não são bíblicos e, portanto são alguns dos pilares que distanciam evangélicos de católicos.
Fiquemos com a Bíblia, pois ela é a palavra de Deus, inspirada pelo Espírito Santo e fonte de toda a informação que o homem precisa para conhecer a Deus.

sábado, 21 de julho de 2012

São João Bosco

Dom Bosco nasceu em 16 de agosto de 1815, no Piemonte, Itália. Filho caçula de três irmãos, teve em sua "Mamãe Margarida" um exemplo profundo de vida cristã que marcou profundamente seu espírito.

 Aos nove anos teve um sonho profético: pareceu-lhe estar no meio de uma multidão de crianças ocupadas em brincar; algumas delas, porém, proferiam blasfêmias. Joãozinho lançou-se, então, sobre os blasfemadores com socos e pontapés para fazê-los calar; eis, contudo, que se apresenta um personagem dizendo-lhe: "Deverás ganhar estes teus amigos não com bastonadas, mas com bondade e amor... Eu te darei a Mestra sob cuja orientação podes ser sábio, sem a qual, qualquer sabedoria se torna estultícia".O personagem era Jesus e a Mestra Maria Santíssima.


 Após esse sonho, Dom Bosco fez tudo para ficar próximo dos jovens, pois "se estão comigo, dizia à mamãe, não falam mal".
Desejando fazer-se padre para dedicar-se totalmente à salvação das crianças, enquanto trabalhava de dia, passava as noites sobre os livros, até que, aos 20 anos, ingressou no Seminário de Chieri e, em 1841, foi ordenado Sacerdote em Turim, aos 26 anos. Turim, naqueles tempos, estava cheia de jovens pobres em busca de trabalho, órfãos ou abandonados, expostos a muitos perigos para a alma e para o corpo. Dom Bosco começou a reuni-los aos domingos, às vezes numa igreja, outras num prado, ou ainda numa praça para fazê-los brincar e instruí-los no catecismo até que, após cinco anos de grandes dificuldades, conseguiu estabelecer-se no bairro periférico de Valdocco e abrir seu primeiro oratório. Os garotos encontravam ali alimento e moradia, estudavam e aprendiam uma profissão, mas sobretudo aprendiam a amar o senhor: São Domingos Sávio era um deles.
Uma de suas recomendações foi esta: "Dizei aos jovens que os espero no paraíso...". Expirava em 31 de Janeiro de 1888, em seu pobre quartinho de Valdocco, aos 72 anos de idade. Em 1º de abril de 1934, foi proclamado santo pelo papa Pio XI, que teve a felicidade de conhecê-lo.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Jesus, o verdadeiro amigo.


"Deus tem um plano na vida de cada um de nós e não adianta querermos apressar ou retardar as coisas pois tudo acontecerá no seu devido tempo e esse tempo é o tempo Dele e não o nosso..."

O nadador........ 

Um excelente nadador tinha o costume de correr até a água e de molhar somente o dedão do pé antes de qualquer mergulho.
Alguém intrigado com aquele comportamento, lhe perguntou qual a razão daquele hábito. 
O nadador sorriu respondeu: 
Há alguns anos eu era um professor de natação. 
Eu os ensinava a nadar e a saltar do trampolim. 
Certa noite, eu não conseguia dormir, e fui até a piscina para nadar um pouco. 
Não acendi a luz, pois a lua brilhava através do teto de vidro do clube. 

Quando eu estava no trampolim, vi minha sombra na parede da frente. 
Com os braços abertos, minha imagem formava uma magnífica cruz. 
Em vez de saltar, fiquei ali parado, contemplando minha imagem. 
Nesse momento pensei na cruz de Jesus Cristo e em seu significado.
Eu não era um cristão, mas quando criança aprendi que Jesus tinha morrido na cruz para nos salvar com seu precioso sangue. 
Naquele momento as palavras daquele ensinamento me vieram a mente e me fizeram recordar do que eu havia aprendido sobre a morte de Jesus. 
Não sei quanto tempo fiquei ali parado com os braços estendidos.
Finalmente desci do trampolim e fui até a escada para mergulhar na água. 
Desci a escada e meus pés tocaram o piso duro e liso do fundo da piscina.

Haviam esvaziado a piscina e eu não tinha percebido. 
Tremi todo, e senti um calafrio na espinha. 
Se eu tivesse saltado seria meu último salto.
Naquela noite a imagem da cruz na parede salvou a minha vida.
Fiquei tão agradecido a Deus, que ajoelhei na beira da piscina,
confessei os meus pecados e me entreguei a Ele, 
consciente de que foi exatamente em uma Cruz que Jesus morreu para me salvar.

Naquela noite fui salvo duas vezes e, para nunca mais me esquecer, 
sempre que vou até piscina molho o dedão do pé antes de saltar na água...

quinta-feira, 19 de julho de 2012

João 1:1-51


No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus.
Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.
E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João.
Este veio para testemunho, para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele.
Não era ele a luz, mas para que testificasse da luz.
Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo.
Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu.
Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome;
Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.
João testificou dele, e clamou, dizendo: Este era aquele de quem eu dizia: O que vem após mim é antes de mim, porque foi primeiro do que eu.
E todos nós recebemos também da sua plenitude, e graça por graça.
Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.
Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse o revelou.
E este é o testemunho de João, quando os judeus mandaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu?
E confessou, e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo.
E perguntaram-lhe: Então quê? És tu Elias? E disse: Não sou. És tu profeta? E respondeu: Não.
Disseram-lhe pois: Quem és? para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes de ti mesmo?
Disse: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.
E os que tinham sido enviados eram dos fariseus.
E perguntaram-lhe, e disseram-lhe: Por que batizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?
João respondeu-lhes, dizendo: Eu batizo com água; mas no meio de vós está um a quem vós não conheceis.
Este é aquele que vem após mim, que é antes de mim, do qual eu não sou digno de desatar a correia da alparca.
Estas coisas aconteceram em betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando.
No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
Este é aquele do qual eu disse: Após mim vem um homem que é antes de mim, porque foi primeiro do que eu.
E eu não o conhecia; mas, para que ele fosse manifestado a Israel, vim eu, por isso, batizando com água.
E João testificou, dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu como pomba, e repousar sobre ele.
E eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo.
E eu vi, e tenho testificado que este é o Filho de Deus.
No dia seguinte João estava outra vez ali, e dois dos seus discípulos;
E, vendo passar a Jesus, disse: Eis aqui o Cordeiro de Deus.
E os dois discípulos ouviram-no dizer isto, e seguiram a Jesus.
E Jesus, voltando-se e vendo que eles o seguiam, disse-lhes: Que buscais? E eles disseram: Rabi (que, traduzido, quer dizer Mestre), onde moras?
Ele lhes disse: Vinde, e vede. Foram, e viram onde morava, e ficaram com ele aquele dia; e era já quase a hora décima.
Era André, irmão de Simão Pedro, um dos dois que ouviram aquilo de João, e o haviam seguido.
Este achou primeiro a seu irmão Simão, e disse-lhe: Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo).
E levou-o a Jesus. E, olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, filho de Jonas; tu serás chamado Cefas (que quer dizer Pedro).
No dia seguinte quis Jesus ir à Galiléia, e achou a Filipe, e disse-lhe: Segue-me.
E Filipe era de Betsaida, cidade de André e de Pedro.
Filipe achou Natanael, e disse-lhe: Havemos achado aquele de quem Moisés escreveu na lei, e os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José.
Disse-lhe Natanael: Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? Disse-lhe Filipe: Vem, e vê.
Jesus viu Natanael vir ter com ele, e disse dele: Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo.
Disse-lhe Natanael: De onde me conheces tu? Jesus respondeu, e disse-lhe: Antes que Filipe te chamasse, te vi eu, estando tu debaixo da figueira.
Natanael respondeu, e disse-lhe: Rabi, tu és o Filho de Deus; tu és o Rei de Israel.
Jesus respondeu, e disse-lhe: Porque te disse: Vi-te debaixo da figueira, crês? Coisas maiores do que estas verás.
E disse-lhe: Na verdade, na verdade vos digo que daqui em diante vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem. 
João 1:1-51

quarta-feira, 18 de julho de 2012

As Naturezas (Divina e Humana) de Jesus Cristo



Os Concílios de Éfeso (325) e de Constantinopla (381) proclamaram a fé de todos os católicos nas duas naturezas (divina e humana) de Cristo Jesus, deixando claro que Jesus era verdadeiro Deus e verdadeiro homem, mas não expuseram de que forma estas duas naturezas estão unidas ou subsistem na pessoa de nosso único Senhor.
Isso deu margem a uma série de erros teológicos que surgiram nos séculos IV e V d.C., entre eles podemos citar: os Eutiquianos, que defendiam que a natureza de Cristo era uma natureza híbrida, uma mistura entre a natureza divina e a natureza humana, ou seja, a natureza de Cristo seria uma terceira natureza, distinta da natureza humana e da divina; os Valentinianos, que afirmavam que Jesus Cristo era verdadeiro homem, mas que negavam que seu corpo humano tivesse sido formado no ventre de Maria – Jesus, segundo eles, não teria recebido nada de Maria, pois seu corpo teria sido formado no céu e trazido à terra por intermédio de Maria, ou seja, Maria seria apenas a mãe de criação de Jesus e não sua mãe biológica; Arianos; Nestorianos…
Vale a pena falarmos um pouco mais dos Nestorianos e do iniciador dessa heresia. Nestório foi bispo deConstantinopla (429 d.C.) e defendeu como verdade o fato de que em Cristo havia duas naturezas (humana e divina) e duas pessoas: a pessoa do Filho de Deus e a pessoa do homem Cristo, filho de Maria. Maria seria, portanto, mãe apenas do homem Cristo, mas não seria mãe de Deus. Contra essa heresia se levantou providencialmente a voz de outro grande bispo: Cirilo de Alexandria.
Cirilo e Nestório trocaram algumas cartas onde se mostravam em posições antagônicas no tocante à maternidade divina de Maria. O primeiro era claramente a favor de que Maria merecia o título de Theotókos, enquanto que o segundo defendia a impossibilidade de uma criatura ser a mãe de Deus.
O fim da questão aconteceu durante o Concílio de Éfeso (431), que teve Cirilo como presidente. Durante esse Concílio, os padres conciliares trataram a fundo a questão da maternidade divina de Maria: Maria era ou não a Mãe de Deus? Ao final deste Concílio a doutrina de Nestório foi condenada e promulgou-se o Dogma da Maternidade Divina de Maria: “Se alguém negar que o Emanuel é verdadeiramente Deus e que por isto a Virgem Maria é a Mãe de Deus tendo ela gerado, segundo a carne, o Verbo de Deus, seja condenado”.
Algumas conseqüências …
Na verdade, o Concílio de Éfeso só fez reafirmar a doutrina dos Concílios anteriores, que afirmavam que Cristo era verdadeiramente Deus e verdadeiramente Homem; portanto, se Maria é mãe de Cristo, ela é mãe de Deus, pois não se pode em Cristo, separar a natureza divina da natureza humana, assim, Maria não pode ser mãe só do homem, mas ela é necessariamente Mãe de Deus, sob pena de se negar a Encarnação do Verbo (Jo 1,14) e conseqüentemente toda a redenção operada por meio de Cristo Jesus.
Através da proclamação desse Dogma, a Igreja nos ensinou que Maria é verdadeiramente a Mãe de nosso Senhor, como disse sua prima Isabel ao recebê-la em sua casa (Lc 1,43) e que esta verdade é tão importante para a fé cristã que não pode ser questionada de maneira alguma.
Maria não foi apenas um simples instrumento que permitiu a Deus tornar-se presente entre nós: instrumento que poderíamos até desconhecer ou desprezar. Não, não e não! A pessoa de Maria, humana e concreta, sua natureza e sua história, estão intimamente ligadas ao grande mistério da Encarnação do Verbo de Deus, por isso Isabel exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre” (Lc 1,42).
Maria foi e é, por escolha divina, verdadeiramente a Mãe de Deus (Theotókos)!!! Por isso todas as gerações a chamarão bem-aventurada, pois o Senhor operou nela maravilhas… O próprio Lutero certa vez exclamou: “Ela [Maria] não tem somente a glória de ser Mãe e Virgem, de ser Mãe do Filho de Deus, mas tem a salvação sobretudo pela fé (…) porque ela é morada eterna do Espírito Santo e permanece uma perpétua, santa e bem-aventurada Mãe para a eternidade”.
Que grande mistério: uma mulher, uma criatura, tornou-se a Mãe de Deus! Através desse mistério, podemos perceber até onde vai o amor de Deus, que não “calcula”, que não se guia meramente pelas “lógicas” e “sabedorias” humanas e que, muitas vezes, parece, aos olhos do mundo, loucura (cf. 1Cor 1,17-25).
Maria recebeu, sem dúvida, imensa honra da parte de Deus, mas, é preciso que nos atenhamos à seguinte verdade: em Maria, toda a humanidade recebeu o privilégio sem igual de acolher o próprio Deus eterno, que entrando na história se fez Homem, como eu, como você, como Maria … Deus se tornou um de nós, Deus se tornou um conosco (Emanuel – Is 7,14), e nós nos tornamos um com Ele. Você já meditou sobre isso? Você já mergulhou em oração neste mistério?
A Maternidade Divina de Maria é um grande convite que Deus nos faz para que descubramos, ainda que já o tenhamos feito, a imensidade de seu amor por nós. Ele que nos amou tanto, que quis se tornar um de nós, quis ser gerado no seio de uma mulher, como todos nós, quis ser amamentado, educado, ajudado, amado … por uma mãe, como nós… E se Ele a amou de todo coração, aos moldes de um bom filho, como não amá-la? Como é que nós, que somos cristãos, que fomos salvos por Cristo, que, pelo Batismo, nos tornamos partícipesde seu corpo, podemos não amar Maria? Ela que é mãe de Cristo, cabeça da Igreja, é mãe de todos nós que somos membros de Cristo (1Cor 12,12-30).
Dizer que Maria é mãe de Deus é dizer que Maria é Mãe nossa, minha mãe, sua mãe, nossa mãe… e João nos deixa isso claro em seu Evangelho: “Jesus então, vendo a sua mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse à sua mãe: ‘Mulher, eis o teu filho’. Depois disse ao discípulo: ‘Eis a tua mãe’. E a partir dessa hora, o discípulo a recebeu em sua casa”(Jo 19,26-27).
Sabemos que a Palavra de Deus é eterna e que você é muito amado por Jesus, portanto, escute o Filho deMaria que te diz: “João, Maria, Fernando, Francisca… eis aí tua Mãe, EIS AÍ NOSSA MÃE !!!”.
Você tem o privilégio de compartilhar com o próprio Deus a filiação à Maria. Bendito seja Deus, que em sua Misericórdia nos deu Maria como nossa Mãe. Nossa Senhora, Mãe de Deus e Mãe nossa, rogai por nós!

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Jesus, o bom pastor




O profeta Isaias havia anunciado que o Messias abriria sua boca em parábolas para que os de coração endurecido, vendo, não vissem e, ouvindo, não ouvissem. Quando Jesus anunciou sua missão misericordiosa nesta parábola, cheia de ternura, do Bom Pastor, o Evangelista nos relata que “eles não entenderam do que estava dizendo” (Cf. Jo. 10,6). Seu coração estava cheio de ódio porque não o queiram reconhecer como o Filho de Deus e “Novamente apanharam pedras para apedrejá-lo” (vs.21)e mais adiante, procuravam prendê-lo (vs.39).

Que o nosso coração esteja disposto e atento para percebermos todo o ensinamento da parábola e, sobretudo, para a vivermos na confiança ilimitada na bondade de Deus.

O pastor, uma realidade natural para o povo a quem Jesus falava e que perdurou por séculos até bem pouco tempo atrás, antes da transformação da economia rural em industrial. Ele cuidava das ovelhas e as guardava do perigo, levava-as às pastagens e, deixando seguras todas as outras, saía a procurar a que se extraviara, cuidava-lhe as feridas daquela jornada solitária e a levava novamente ao convívio das demais.

Jesus se intitula o Bom Pastor. Bom, ele o era por essência, como Filho de Deus, em quem habita. Em sua plenitude, a Bondade, ensina Santo Gregório, papa. Bom, também e ainda na sua forma, enquanto entregou sua vida pelas ovelhas que lhe foram confiadas pelo Pai. Não só se sacrificou por elas, continua o mesmo santo, mas ainda deu-se em alimento e bebida, na eucaristia: “Bom Pastor, entregou sua vida pela suas ovelhas para que, em sacramento para nós, vertesse seu corpo e sangue e saciasse as ovelhas que remira com o alimento de sua carne”. 

Santo Tomas, no hino seqüencial “Lauda Sion”, que se reza na liturgia da missa da festa do Santíssimo Corpo e Sangue do Senhor, retoma o mesmo tema. Da Eucaristia, memorial da morte de Cristo, que nos dá em alimento, pede e suplica que nos conduza às pastagens eternas.

Na continuidade da parábola, Jesus ensina que a ovelhas conhecem a voz do Pastor e o seguem. Não reconhecem o mercenário, que não é pastor e a quem não interessa as ovelhas senão o ganho da jornada. Ele deixa vir o lobo que rouba rezes e devasta o rebanho. As ovelhas do redil de Cristo e ainda as de outro redil que vieram se juntar, os gentios que estavam longe da Aliança, reconhecem a voz do Pastor pela fé e pelo amor e o seguem aonde Ele as leva porque lhe foram dadas pelo Pai. 

Quando Jesus anunciou que daria seu Corpo em alimento, os judeus e muitos discípulos se afastaram. Então o Mestre Divino perguntou aos que ficaram se também eles não queriam ir embora. Pedro respondeu em nome de todos: “Senhor as que iremos? Só tu tens palavra de vida eterna” (Cf. Jo.6,68). Como em outra passagem, não foi a sabedoria humana que inspirou a resposta, senão a inspiração divina, pela fé.

Jesus é a Porta pela qual se entra no redil. Quem não entra por esta Porta é assaltante e ladrão. O único caminho que nos conduz à segurança do aprisco e às pastagens eternas é o Filho de Deus: “Eu sou a Porta: se alguém entra por mim será salvo, poderá entrar e sair e achará pastagens” pois “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Cf. Jo.10,9-10).

Quando da Ascensão aos Céus, Jesus ordenou aos seus discípulos que continuassem a sua missão: “Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura” (Cf. Mc. 16,15) E, conclui o Evangelho que os apóstolos partiram e pregaram por toda a parte. A continuidade do rebanho de Deus na terra, a Igreja, foi confiada a eles e a seus sucessores. Aos que foram chamados para esta missão devem conformar sua vida com a vida de Cristo e estender sua dedicação, seu amor, a sua misericórdia ao povo de Deus. E, seguindo a mesma lição de São Gregório, já citado, estar dispostos a oferecer sua vida por aqueles que lhe foram confiados.

São Pedro recomenda aos presbíteros: “Apascentai o rebanho de Deus que vos é confiado, cuidando dele, não contra a vontade, mas de bom grado como Deus quer...mas tornando-vos modelo para o rebanho (Cf. 2Ped, 5,2) 

A nós, comunidade de fé e caridade, importa reconhecer neles a mesma voz do Pastor Eterno e retribuir com a mesma caridade e amor. Assim seguiremos o Bom Pastor, o Pão da Verdade e reconhecemos que Ele nos apascenta e nos guarda enquanto esperamos atingir os bens eternos na terra dos vivos. (seq. citada.)